Com o advento da informática no Brasil, lembro-me, quando eu era pesquisadora do CNPQ e li pelo menos cinquenta livros que pedi por carta, aos EUA, à Espanha, à Alemanha, à Argentina e artigos de revistas especializadas que me mandavam, dizendo todos: "Nós vamos nos tornar cidadãos transparentes". Isso foi no começo da década de 90.
O Brasil só perdeu muito tempo, por causa da reserva de mercado implantada, e só tinha um braço da internet para fins de pesquisa.
A internet chegou mesmo, salvo engano, em 1994.
Não consegui muita coisa no mundo acadêmico, porque falavam que aquilo tudo que eu dizia era do mundo jornalístico.
Imagine só, falar de crime de informática, no ano de 1990 na Revista dos Tribunais, e em jornais de grandes circulação.
Não me arrependo. Pelo menos a verba o CNPQ comigo foi bem gasta. Agora nos anos seguintes, só vejo acontecer tudo que li e escrevi.
Sei bem a razão, da adiada reforma das leis penais: não interessa a ninguém.
Estão sempre se esquecendo da tipicidade e enquadrando tudo no estelionato, preferencialmente.
Estão sempre se esquecendo da tipicidade e enquadrando tudo no estelionato, preferencialmente.
Gostaria pelo menos que agravassem as penas destes crimes mas os legisladores não pensam assim.
Vejo também que vem trabalhando bem a Polícia Federal, lacrando todos os computadores e coisas afins para investigação dos crimes. Há também muita gente boa de investigação fazendo o mesmo.
Não nasci para ser advogada penalista, mas sim Promotora de Justiça. Por uma série de razões pessoais, não me tornei uma promotora. Sei que a atividade dos advogados criminalistas não combinam bem com meu sangue. Mas isso não é objeto preferencial do meu artigo.
A transparência dos cidadãos é coisa mais grave. Li em um livro que com a internet é possível saber tudo de sua vida, até o nome do motel que você,eventualmente, queira frequentar.
Crimes muito mais sérios, como narcotráfico, também não são feitos na ponta do lápis.
Não sou contra a internet, apenas gostaria que se não fossem tipificados outros crimes como por ex. a calúnia, a injúria e a difamação, fossem aumentadas as penas, sem essa exagerada preocupação com os Direitos Humanos.
O controle da internet é e será sempre, um mito, é como um representante dos órgãos de pesquisa do assunto dos Estados Unidos diz: "SEGURAR A INTERNET É COMO SEGURAR UMA REPRESA QUE ESTÁ PARA EXPLODIR COM UM DEDO".
Maria Helena Junqueira Reis
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