Não sou cientista. Gosto das histórias da ciência. Não as ouço ou as leio com histórias, mas como "estórias", pois sou uma "criança velha" que nasceu para ouvi-las e me encantar com elas. Apenas isto.
Outro dia meu pai me contou um caso de um físico. Henri, Henri Becquerel. Este físico tinha umas pedras que produziam um certo efeito em chapas, como as de um fotógrafo. Ele as entregou para o casal Curie, relatou os fatos e daí começaram os estudos de Pierre e madame Curie que os levou à descoberta do "radium".
Procurei saber quem teria sido este tal de Becquerel. O caso das pedras me despertou curiosidade. Encontrei um verbete. Becquerel nasceu em Paris em 1852 e morreu em Le Croisic em 1908. Filho de Edmond Becquerel. Aliás a família era toda de físicos: Antoine César, o primeiro. Seu segundo filho, Edmond; Henri, filho de Edmond e Jean filho de Henri.
Henri estudou a fosforecência, ganhou um prêmio da Academia Francesa em 1989 e o Nobel em 1903.
O que me deixou encantada na história das pedras foi o fato de Henri ter entregado tudo, ou seja, as pedras, as informações com suas respectivas observações. Não sei o que o teria levado a fazer isto. No mundo em que vivemos, cheio de patentes, direitos autorais e coisas afins, isto me soou muito estranho. No meio da estranheza uma "dica" para eu entender melhor a vida: cada um de nós tem uma coisa, no sentido mais amplo da palavra. Seria, idéias, sentimentos, músicas, sorrisos, trabalhos dos mais humildes aos mais complexos. Isto tudo me pareceu semelhante às pedras de Becquerel. Senti que estamos aqui para passarmos pedras adiante. Quem não as passa "fura" o jogo. Não dá para blefar com o verdadeiro dono das pedras.
Assim como fez Becquerel, devemos proporcionar à humanidade a continuidade deste jogo pacífico, mesmo que hoje seja a maior das utopias.
Se de uma simples observação com pedras nasceu o brilho da radioatividade, talvez dos nosso simples corações possa nascer o brilho ou o sentido de nossas vidas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário