terça-feira, 10 de julho de 2018

QUAL É O SEU PREÇO

Tenho 66 anos e vejo a cada dia que todo mundo tem seu preço. Acho que a minha doença mental advém exatamente daí, eu não tenho preço. Tudo que já apareceu na minha vida eu recusei. Que pena que o mundo é assim. Não sei para onde, nem para qual lugar a população mundial vai levar a grana. Quando estiver a sete palmos do chão, aonde que vai ficar a grana? Parece que os egípcios mumificavam e deixavam nos sarcófagos as preciosidades, mas não adianta chorar, torcida brasileira! É triste ver esta realidade até as pessoas usam carros maravilhosos para reforçar o ego, roupas caríssimas, tudo porque? Para ficarem cada dia mais "up". Aí, minha gente, ô dureza, você hoje não sabe em quem confiar mais nada, todo mundo de olho. Morei em São Paulo, capital, vários anos e os paulistanos me perguntavam: o que você tem para oferecer para ser minha amiga? Graças ao bom Deus, retornei à Minas Gerais, aqui ainda tenho lugar, e são poucos, mas eu achei. Hoje faço parte da família Freud. Aprendi tanta coisa que eu não sei mais nem enumerar, encontrei até AMOR. Quem falou para me dirigir à família Freud foi o doutor Henri Kaufmanner, meu analista há 25 anos. Agora eu tenho certeza que eu nunca tive, nem nunca terei um preço.

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Maria Helena Junqueira
10 de julho de 2018

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