As rosas brancas que você tanto gostava eu não esqueci. Muito menos dos beijos que você me deu. Sei que você morreu como eu também. Quando você vivia tudo fazia sentido, agora não mais.
Só de imaginar que você não está mais neste planeta me aterroriza. Já tenho sessenta e dois anos, e você partiu aos sessenta e seis. Será que Deus me dará a dádiva de ir embora daqui a quatro anos? Acho que não. Minha família vive muito. E eu vou ter que inventar milhões de coisas para cobrir a vida, como se qualquer coisa valesse a pena.
É assim que se vive?
Desculpe-me Jesus Cristo por indagar tanto, ao invés de baixar os olhos, como os grandes gênios da história. Eles sim perceberam a pequenez de si mesmos. O grande Newton, pai da física moderna, que nasceu numa noite de Natal deixou escrito: "passei minha vida na beira da praia, catando conchas, umas aqui, outras ali. Umas mais lisas, outras mais grotescas, enquanto o grande oceano da verdade permanecia muito longe de mim".
Maria Helena Junqueira Reis
Novembro/2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário