quarta-feira, 26 de novembro de 2014

A psicanálise que tanto me atormenta

Parece não ter fim. Hoje, depois de vinte anos de tratamento, me perdi. Ninguém pode imaginar o que estou sentindo. 
Não resolvi ir direto a psicanálise. Antes eu era tratada por psiquiatras, desde dos vinte e sete anos, quando tiver câncer no colo do útero.
Antes da psicanálise, escrevi minha dissertação de mestrado, que era minha pérola. Publiquei artigos sobre o tema em vários jornais de circulação nacional. 
Depois veio a psicanálise me mostrando os meus limites. 
Eu tratava em 1996, ano em que a Dissertação foi publicada, dos crimes praticados através de computadores.
Sonhava com a Universidade de Coimbra para fazer o meu Doutorado e defender a minha tese. Acho que não era nada de mais nada disto, mas não consegui.
Dizem que Deus escreve certo por linhas tortas, e nisto eu acredito. 
Não sei até onde irei com a psicanálise tão tumultuada. Só peço ao meu Deus Pai que me ampare, para eu não atentar contra a minha própria vida.
Maria Helena Junqueira Reis
Novembro/2014

quarta-feira, 19 de novembro de 2014


As rosas brancas que você tanto gostava eu não esqueci. Muito menos dos beijos que você me deu. Sei que você morreu como eu também. Quando você vivia tudo fazia sentido, agora não mais. 
Só de imaginar que você não está mais neste planeta me aterroriza. Já tenho sessenta e dois anos, e você partiu aos sessenta e seis. Será que Deus me dará a dádiva de ir embora daqui a quatro anos? Acho que não. Minha família vive muito. E eu vou ter que inventar milhões de coisas para cobrir a vida, como se qualquer coisa valesse a pena.
É assim que se vive? 
Desculpe-me Jesus Cristo por indagar tanto, ao invés de baixar os olhos, como os grandes gênios da história. Eles sim perceberam a pequenez de si mesmos. O grande Newton, pai da física moderna, que nasceu numa noite de Natal deixou escrito: "passei minha vida na beira da praia, catando conchas, umas aqui, outras ali. Umas mais lisas, outras mais grotescas, enquanto o grande oceano da verdade permanecia muito longe de mim".
Maria Helena Junqueira Reis
Novembro/2014

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

ELE E EU

Jamais pensei sentir na minha vida, ou melhor, nesta altura da minha vida, sentimentos mais nobres e puros como estes. 
Queria mesmo era eternizar o momento e fazê-lo reluzir para sempre. Posso deixar escondidinho no meu coração nada mais, e, principalmente, guardá-lo contra as intempéries da vida. Viva o amor!

Maria Helena Junqueira Reis
Novembro/2014

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Paciência

Está chegando outra vez o Natal. Incrível como o tempo está correndo. A única coisa que eu quero do menino Jesus é um pouco mais, ou muito mais, de paciência. Não sei se a vida exige mais isso, mas percebo que não estou com paciência para nada. Por mim, Jesus já deveria vir glorioso, para julgar os vivos e os mortos e para acabar com essa bagunça que o mundo virou. 
Esqueço porém que o tempo de Deus é diferente do nosso e que ele é o verdadeiro dono da história, e não eu.
Maria Helena Junqueira Reis
Outubro de 2014