terça-feira, 28 de agosto de 2018

A ERA DA BARBÁRIE

Como está valendo pouco a vida humana. Ontem mesmo, fiquei sabendo para variar que mendigos de rua são queimados em São Paulo, Belo Horizonte, em todo lugar. Parece que vai atrapalhar a paisagem. Eu não fui e nem pretendo ser convocada para ser jurada no juízo final, DEUS, PORÉM, ESTÁ VENDO TUDO. Nos deu o livre-arbítrio, então cada um que faça o que quiser, mas pague pelas consequências. Digo mais, Deus não é um bobo, os sinais que ele tem dado para nós são mais do que suficientes para a gente ficar alerta, mas quem tem temor de Deus? Ninguém! Eu aprendi a ter temor de Deus através do meu sofrimento, abaixei a minha cabeça para reconhecer que eu não sou nada, apenas um grãozinho de areia espalhado num universo que se expande todos os dias.

Muitas vezes me sinto uma idiota fazendo o meu blog, me sinto como diz a bíblia, guardada as devidas instâncias: "jogando pérolas para porcos".

Não compreendo nada, o grande Sócrates, depois de estudar a vida inteira, deixou escrito: "só sei que nada sei", eu é que vou saber de alguma coisa? Perdoe-me leitores, eu já estou parecendo com aquela expressão do Carlos Drummond de Andrade no seu livro Fala Amendoeira, quando ele diz: "estou no sabugo da alma".

AGOSTO/2018
Maria Helena Junqueira


quinta-feira, 23 de agosto de 2018


O PALHAÇO

Quer alguém mais triste no circo do que o palhaço... Voce já pensou por que  ele coloca aquela pintura parecendo que está feliz... Conheço até crianças, que não são poucas, que não gostam de ir ao circo por causa do palhaço.
Eu sou um palhaço que tenta fazer as pessoas sorrirem, mas não me esqueço que nem Jesus conseguiu agradar a todo mundo. Estou no Freud já vai pra 7 anos, e acho que daqui eu não posso sair nunca mais. Não é...

É indescritível um hospital psiquiátrico e o Freud cidadão, e eu já fui internada 9 vezes. Hospital psiquiátrico tem grade, cama amarrada, tem sossega leão e etc. Eu estava a meio ano da minha formatura no curso de Direito na Universidade Mackenzie quando me jogaram no hospital psiquiátrico Santa Maria.  Eu tinha sonhos, eu queria ser promotora de justiça. Fui parar na ala dos indigentes loucos na época do doutor Mendonça.
Meu pai, que já é falecido, me ajudou demais: ele foi meu pai, minha mãe, meu incentivador e acima de tudo meu amigo. Ele ia todas as vezes que eu era internada me visitar com um sanduíche de salame que sabia que eu gostava, e uma coca cola. E ele, que nem fumava, ainda me dava um pacotinho de cigarro.
Quando eu saí a última vez do hospital André Luís eu senti algo pior do que a depressão: o abandono. Eu sabia, contudo, que Deus não ia me faltar. De fato, saí de lá, estou cuidando das minhas coisas tudo direitinho sem precisar de A. T., muito menos de álcool. Nunca coloquei um cigarro de maconha na boca.
Acho que o meu crime foi um só: eu ter nascido. Entendo a tristeza do palhaço, como ninguém porque eu ainda sou um palhacinho. Não sei de quase  nada, mas minha coisa mais prazerosa é fazer as crianças sorrirem. Eu fantasio até de coelho de páscoa!
Sou pascaliana, como falei no último blog, mas a vida nos dá dons e nós não podemos enterrá-los. Como diria o filósofo John Lock: “não entendo como as pessoas ficam paradas e morrendo, porque tem pernas para andar mas não tem asas para voar”.
Maria Helena Junqueira Reis
Agosto de 2018

segunda-feira, 6 de agosto de 2018


Como dizia o filósofo e cientista francês Blaise Pascal: "eu sou o infinito e o nada".
Vamos ser o nada juntos?

Maria Helena Junqueira Reis
Agosto/2018