A DOR DA PERDA
Quem escreve esse texto está diante da perda da mãe. Ela ainda respira, mas eu sei que ela vai embora. Perdi meu pai há quatro anos, e pensava que eu não resistiria mais. Engraçado a dor da perda da mãe se tornou muito maior. Eu adorava meu pai, mas mãe, mãezona, parece que é muito pior. Eu sei que não há ser humano no planeta que não tenha perdido entes queridos e não sei como essa dor parece ser só minha. Eu sei que ela me deu tudo, mesmo com suas "possíveis" falhas. Eu amo a minha mãe. É difícil pra mim escrever sobre isso. Dá vontade de esquecer tudo, de entrar num sono profundo, dá vontade de pegar todos os médicos para me dizerem que ela não vai morrer. E eu, finalmente, ficarei só. Desculpem-me por não aceitar a vontade Divina, afinal de contas é Deus o Senhor de tudo, inclusive da vida e da morte. Eu acho que eu tenho um erro muito grave: não aceitar o fim de nada. Meu coração é que o diga, quantas vezes deixei de amar com medo do fim. Mas quem sou eu? Eu sou um pedacinho de poeira cósmica tentando mudar o rumo de Deus, o rumo da vida. Maria Helena, será que você se esqueceu da eternidade, que um dia você verá seu pai e sua mãe de novo? Então, minha filha, escreva sobre a vida, deixe o amanhecer do dia continuar belo, deixe as flores e os passarinhos te acordarem alegres e toca o barco!
Maria Helena Junqueira Reis
01 de agosto de 2016